Epístola ao Dr. Auguste Forel
Troca de cartas entre Dr. Auguste Forel e 'Abdu'l-Bahá
Descrição
Vemos aqui, além de Forel e da sua vida instrutiva, o desafio com o qual nós, homens modernos e aqueles depois de nós, nos defrontamos. Não é somente uma questão de ter uma visão científica da vida nem, certamente, de encontrar provas lógicas da existência de Deus; nove em cada dez dos que se apegam muito à importância desta questão são produto de uma falsa educação. O homem é mais do que o funcionamento do seu cérebro, e a civilização humana é mais do que o constante desenvolvimento do germoplasma. Não é somente o desafio do incansável cumprimento do dever que a sociedade actual precisa, apesar de ser uma necessidade com mais urgência do que em qualquer outra época anterior, é também de mais pessoas como Forel para darem um bom exemplo.
É uma questão da unidade pertencer ao ser humano indivisível - o indivíduo. Este deve desenvolver-se em conjunto com a unidade espiritual e política da humanidade, pois um não pode existir sem o outro. Não é apenas a profunda psicologia repudiada por Forel, mas também a nossa experiência exaustiva com as guerras que se sucederam (e ainda continuam) após a sua morte que nos demonstra que deve haver alguma coisa além da biologia e genética, alguma coisa que a sabedoria que nos é ensinada na escola ainda mal pode idealizar. O que deve ser respondido é a questão fundamental com que ‘Abdu’l-Bahá confronta Forel: na verdade, “esse universo infinito com todas as suas perfeições” acaba em “simulacro e desilusão” e é “absolutamente sem significado?” Se não queremos que ele o seja, devemos fazer alguma coisa a esse respeito, e isto significa ir além do que a ciência nos pode oferecer.
Devemos escutar aqueles que entenderam, melhor do que nós jamais faremos, a maneira de dar atenção à voz do infinito, bem como de lhe dar sentido. Acima de todos esses estão os “Manifestantes de Deus”, os Fundadores das grandes religiões reveladas que, de acordo com o plano redentor de Deus, impregnam o mundo inteiro de significado. Muito além do respeito pela vida e pelo germoplasma, devemos aprender a ter respeito pelo poder, pela sabedoria, pela profundidade de pensamento e pela clareza de vontade que emanam d' Esses Manifestantes de Deus. Devemos responder ao Seu chamado, submeter-nos à Sua vontade, permitir-nos ser desafiados pelo Seu amor. Bahá’u’lláh, que faz a mais elevada conclamação jamais feita no nosso planeta, expressa o chamado da Divindade – o desafio de moldar um novo mundo, nestas palavras:
Ó Filho do Homem! Velado no Meu Ser imemorial e na eternidade antiga da Minha Essência, conheci o Meu amor por ti e assim te criei, gravando em ti a Minha imagem e revelando-te a Minha beleza. ... Ama-Me, afim de que Eu te possa amar. Se não Me amas, de modo algum pode o Meu amor te atingir. Sabe isto, ó servo!
É neste novo espírito que devemos refletir continuamente sobre a pergunta de Forel e sobre a resposta de ‘Abdu’l-Bahá, e chegar às nossas próprias conclusões.
Dados técnicos
Edição | 2 de 2021 |
ISBN | 978-989-99855-3-7 |
Tradução | Leonora Stirling Armstrong (Testamento), Osmar Mendes (Apendices) |
Revisão | Sahba Sanai e José Lima (Testamento), Coordenação Nacional Bahá'í de Tradução e Revisão do Brasil (Apendices) |
Formato | 14x21cm |
Paginas | 140 |
Acabamento | Capa mole |